Ganha cada vez mais força no Governo do Estado da Bahia a idéia de pensar os portos de Salvador e Aratu como o "Complexo Portuário Baía de Todos os Santos".
Dez anos depois do último arrendamento de área em portos baianos, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA) apresentará à Agência Nacional de Transportes Aquáticos (ANTAQ) projetos para ceder três áreas no Porto de Aratu à iniciativa privada.
Com as operações, que envolvem os terminais 1 e 2 de granéis sólidos, além do terminal de líquidos e gasosos, Aratu deverá receber R$ 800 milhões em investimentos privados.
O projeto do terminal 1 é o mais adiantado e as outras duas áresestão sendo estudadas.
A realização dos arrendamentos poderá trazer dificuldades para o desejo do Governo do Estado da Bahia, reiterado pelo governados Jaques Wagner, de ver o Porto de Aratu sob o comando da iniciativa privada. O governador tem em mãos um projeto da Log-in, Braskem e Ultracargo, que se propõem a investir R$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos (2011 - 2016), em troca do controle do Porto de Aratu. A avaliação nos bastidores é de que o arrendamento, principalmente do terminal de líquidos e gasosos, inviabilizaria a concessão.
O secretário estadual de Portos e Indústria Naval (SEINP), Carlos Costa, mostra afinação com as idéias do governador. Ele reconhece, no entanto, que a solução desejada ainda pode demorar.
O vice-governador e secretário da Infraestrutura, Otto Alencar, lembra que o grande problema das concessões está no marco regulatório. "Não existe uma lei que trate do assunto", resumiu. "Dentro da regra à qual estamos atualmente submetidos os portos públicos não podem ser concedidos", completou. Mas, podem ter as suas áreas licitadas, como está fazendo atualmente a Codeba.
"... um contrato de arrendamento é um ato jurídico perfeito, o que acontece é que o contrato terá que ser respeitado e será necessário pensar em uma transição entre as duas situações", destaca José Rebouças, diretor-presidente da Codeba. Ele lembra que os arrendamentos estão dentro das atribuições legais da Codeba...
A explicação para tantos anos sem processos de licitações para grandes arrendamentos está na BUROCRACIA, defende-se Rebouças. "Nós temos que tocar o processo com todo o cuidado para evitar questionamentos", diz.
Segundo estudo apresentado recentemente pela USOPORT (Associação dos Usuários de Portos da Bahia), a economia baiana perde R$ 403 milhões por ano em cargas escoadas por meio de portos em outros estados e com o tempo de espera por atracação dos navios. Esta instituição cobra a a realização de arrendamentos para quatro grandes áreas. Insistem na necessidade de um novo terminal de containers em Salvador. Asseguram que a licitação para o terminal de granéis sólidos anunciada agora pela Codeba poderia ter sido feita há um ano e meio, quando o estudo teria ficado pronto.
Com o processo mais adiantado entre os possíveis espaços arrendados, o terminal 1 tem proposta de três gruposinteressados em assumir a operação portuária. Entre eles estão confirmados o Grupo Paranapanema e um consórcio entre a Intermarítima e a Wilson Sons, que operam o Terminal de Conteiners do Porto de Salvador. A estimativa da Intermarítima é que serão necessários investimentos de R$ 300 milhões na modernização da área.
A área de granéis líquidos e gasosos, utilizada para operações com produtos químicos e petroquímicos, ainda está em estudo, Mas, uma empresa norueguesa já teria confirmado o interesse na área. Pelo projeto, o atual parque - com capacidade de 270 mil metros cúbicos seria ampliado em mais 350 mil metros cúbicos, com um investimento de R$ 500 milhões.
Enquanto os processos de arrendamento ou de concessão não saem, a Codeba e os usuáriso do Porto de Aratu já estão realizando melhorias na área. Este ano, a Companhia das Docas investiu R$ 26 milhões entre processos de manutenção e de melhorias estruturais do Porto.
A Intermarítima adquiriu um guindaste e outros equipamentos para movimentação de cargas no Terminal de Granéis sólidos, em um investimento de R$ 9,5 milhões.
No caso da Paranapanema, a melhoria foi em uma correia trocada junto com a Codeba, o que acelerou o tempo para a descarga de minério de cobre. A descarga, que era de 2,5 mil toneladas por dia, passou para 5,5 mil toneladas por dia.
Para Roberto Menescal, secretário de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria Especial dos Portos da Pesidência da República e presidente do Conselho de Administração da Companhia das Docas da Bahia (Codeba): "Os portos baianos são estratégicos para o escoamento de uma série de produtos, em termos de custos para o País todo"...
Jornal A Tarde - Texto de Donaldson Gomes - 04/12/2011
EXPANSÃO DO PORTO DE SALVADOR E A PORNTE SALVADOR - ITAPARICA
30 de setembro de 2011
O sonho de uma conexão rápida e alternativa de Salvador com o Recôncavo, Sul e Oeste baiano começa a ser concretizado. O projeto da ponte Salvador-Itaparica, apresentado na tarde desta quinta-feira (29) na Fundação Luís Eduardo Magalhães, em evento com a presença do governador Jaques Wagner, secretários de Estado, entre outras autoridades, preserva padrões estéticos compatíveis com a paisagem da Baía de Todos-os-Santos. O resultado do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), com a escolha do projeto, será publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (30).
A ponte Salvador-Itaparica tem previsão de início em 2014 e conclusão em 2018. A ponte terá aproximadamente 12 km, com um total de seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento, o que garante melhores condições de mobilidade, segurança e nível de serviço no longo prazo. As intervenções têm investimentos estimados em até R$ 7 bilhões.
Durante o anúncio do projeto, o governador disse que “esse é o pontapé inicial para construção da ponte, dinamizando o turismo e a economia local. Estamos fazendo um projeto arrojado, que dure mais de 30 a 40 anos”.
O projeto aprovado é compatível com a expansão do Porto de Salvador e com a viabilidade das operações portuárias no interior da Baía de Todos-os-Santos, garantindo ainda a implantação de estaleiros e grandes unidades industriais nos municípios do entorno da baía.
Idealizada como uma obra moderna, o projeto da ponte Savador-Itaparica, aprovado pela Secretaria Estadual do Planejamento, atende a um fluxo de tráfego crescente, resultante do movimento rodoviário e do aumento da população da Ilha.
A partir da ponte, será construído o Sistema Viário Oeste, proporcionando a duplicação das BA’s 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo Antônio de Jesus. Será ainda implantada nova rodovia ligando os municípios de Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e, a partir daí, haverá a duplicação da BA-493 até o entroncamento com a BR-116.
Mais desenvolvimento
Projetado como um indutor de desenvolvimento econômico e social, o Sistema Viário Oeste será elemento fundamental na dinamização de toda a Bahia. Haverá um novo impulso ao eixo litorâneo sul, permitindo a criação de um novo polo industrial e logístico no Recôncavo Baiano, ancorado por investimentos já em curso (estaleiros em São Roque do Paraguaçu) ou projetados (nova retroárea do porto de Salvador).
As cidades de Salvador, Vera Cruz e Itaparica sofrerão impactos positivos. Em Salvador, o Centro Antigo será dinamizado e haverá integração com as obras de mobilidade. Em Vera Cruz e Itaparica a expectativa de aumento populacional fará com que ocorra um amplo desenvolvimento urbano, inclusive, com revisões nos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) desses municípios, de forma a assegurar a sustentabilidade ambiental.
A expectativa é que com essas intervenções sejam abertas três vertentes de desenvolvimento. A primeira soluciona um gargalo logístico, criando uma nova conexão do complexo portuário da Baía de Todos-os-Santos com as BRs 101, 116 e 242, encurtando a distância entre 100 e 200 quilômetros para aqueles que vierem do sul e do oeste.
As obras também permitirão a retomada do desenvolvimento de regiões fragilizadas economicamente, entre as quais a Ilha de Itaparica, Recôncavo baiano e o Baixo Sul. O projeto criará ainda um novo eixo de expansão urbanística, diminuindo a pressão sobre as áreas urbanas de Salvador e do Litoral Norte. O turismo nos municípios ao longo da BA-001, desde Salvador até Ilhéus, também será estimulado.
Manifestação de Interesse
Como resultado do convite público de manifestação de interesse, lançado em janeiro de 2010, o PMI do Sistema Viário Oeste autorizou dois grupos de empresas a realizarem os estudos: Planos Engenharia (Queiroz Galvão e Carlos Suarez Participações); e o consórcio constituído pelas empresas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht Transport, que teve o projeto escolhido. Os estudos apresentados pelos grupos de empresas podem ser aproveitados no desenvolvimento do projeto.
Dados Técnicos
Comprimento Total: 11,7 km
Largura: 27 m
Vias de Tráfego: 6 vias de circulação + 2 de acostamento
Maior vão livre: 700 m
Altura Livre para passagem de Embarcações: 70 m (vão central)
Trecho da Ponte Móvel com largura de 160 m
Canal Principal de Navegação com 25m de profundidade
PORTOS DA BAHIA: UMA VISÃO CONJUNTURAL
A questão portuária na Bahia não pode ser tratada de forma setorial, tampouco pode se limitar às comparações entre este ou aquele porto, a exemplo da tradicional disputa Suape versus Aratu. Aliás, com relação a este último aspecto cabe afirmar para surpresa geral: o porto de Aratu ainda continua liderando a movimentação de cargas de longo curso no Nordeste. Os dados não mentem: em 2009, Aratu exportou 3,3 milhões de toneladas contra 3,0 milhões de Suape; em 2010 foram 3,87 milhões em Aratu, contra 3,86 em Suape. Aqui cabe uma distinção: as cargas do porto de Aratu são predominantemente de longo curso, ou seja, voltadas para o mercado externo, as de Suape são predominantemente de cabotagem, ou seja, voltadas para o mercado interno. Assim, se incluir cabotagem, o porto de Suape mais que dobra sua movimentação, pois, pela sua localização geográfica, Recife é a central de distribuição de bens do Nordeste. O porto de Aratu nunca será líder em cabotagem e nem precisa, mas deve lutar para manter a liderança nas cargas de longo curso, pois a economia baiana é voltada para o mercado externo, e aí vem a má notícia: a fuga de cargas do porto de Aratu é uma realidade e, se o governo não agir rapidamente, Suape vai superar Aratu também em cargas de longo curso e ainda este ano. Surge então a primeira constatação: ao mesmo tempo em que necessita de uma solução global, que passa por investimentos de porte, sejam públicos ou privados, urge adotar medidas de curto prazo para manter a competitividade do porto nas cargas de longo curso. Essas medidas passam pelos desgargalamentos, pela minimização dos atrasos, pela compra de novos equipamentos e por medidas fiscais e financeiras. Em poucas palavras: enquanto se pensa o que fazer no estrutural, é preciso investir no conjuntural.
Estruturalmente, o que interessa a Bahia não é este ou aquele porto, mas o Complexo Portuário da Bahia de Todos os Santos, que engloba o porto de Aratu, o porto de Salvador e os diversos terminais privados. Esgrimo esse conceito há muitos anos e fiquei satisfeito ao ver o governador Jaques Wagner lembrar, no seminário Agenda Bahia, que o Complexo Portuário da Bahia de Todos os Santos é líder absoluto de movimentação de cargas no Nordeste. Este complexo movimenta cerca de 30 milhões de toneladas, três vezes mais que os portos de Recife e Pernambuco. Claro, o terminal de Madre Deus é responsável por quase metade desse total, mas vale destacar que o terminal privado de Cotegipe movimentou em 2010 cerca de 2,2 milhões de toneladas, quase a metade da movimentação de Aratu. Em suma: a Bahia ainda é o grande sistema portuário do Nordeste, mas pode perder essa posição em breve. Por isso é preciso agilizar os investimentos de longo prazo, sejam ele públicos ou privados, e, ao mesmo tempo, montar um programa com medidas de curto prazo capazes de manter a competitividade do Complexo Portuário da Baía de Todos os Santos.
Investimentos na Baía de Todos os Santos
O Governo do Estado da Bahia propõe um conjunto de quatro tipos de intervenções significativas para a Baía de Todos-os-Santos. Desse pacote, o principal projeto é o Sistema Viário Oeste, com destaque para a Ponte Salvador Itaparica, que deverá incrementar a urbanização da Ilha de Itaparica. A ponte terá 11,7 km de comprimento, 27 m, com seis vias de circulação, mais duas de acostamento, envolvendo um valor estimado em sete bilhões de reais. A expectativa de retorno em um prazo de 15 a 30 anos é de cinco a dez vezes o valor investido.
De acordo com o superintendente de Planejamento Estratégico da Secretaria de Planejamento – Seplan, Paulo Henrique Almeida, o Governo do Estado irá garantir uma série de investimentos prévios, melhorando a qualidade de vida das populações da Baía de Todos-os-Santos, dando resposta aos problemas já existentes. A previsão é de realização de intervenções de saneamento básico, segurança e infraestrutura. “A ponte permitirá que se tenha uma nova área industrial e serviços logísticos na região do Recôncavo, a exemplo do investimento nos estaleiros em São Roque do Paraguaçu”. Ainda do ponto de vista de circulação, essa ponte estabelecerá uma comunicação direta com conteiners vindos do Sul do Estado.
O superintendente explica que a ponte trará impactos positivos, gerando soluções para problemas do Centro Antigo de Salvador. “Ela vai alavancar a produção de serviços no Centro Antigo e região da Cidade Baixa” acrescentou o gestor. A partir da ponte, será construído o Sistema Viário Oeste, proporcionando a duplicação das BA’s 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo Antônio de Jesus. Será ainda implantada a nova rodovia ligando os municípios de Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e, a partir daí, haverá a duplicação da BA-493 até o entroncamento com a BR-116.
O Sistema Viário Oeste deverá transformar a Baía de Todos-os-Santos em um complexo portuário, fortalecendo a atuação integrada com o Porto de Salvador, Porto de Aratu e Terminal da Refinaria de Mataripe, além dos terminais privados, também situados na baía. A expectativa da Secretaria de Planejamento do Estado é que a atividade portuária cresça comessas iniciativas, bem como o avanço das obras de regasificação, nos terminais da Petrobras, bem como a implantação dos estaleiros em São Roque do Paraguaçu.
O terceiro projeto para a região visará mitigar os impactos ambientais e sociais, que essas obras trarão para a BTS, tendo uma atenção maior com a conservação do fundo da baía, onde se encontra uma riqueza incomensurável nos recifes de corais, além de iniciativas para a preservação dos manguezais e da qualidade de vida das comunidades tradicionais, espalhadas por toda a baía. O quarto bloco de intervenções representa, para Almeida, um dos grandes desafios: a compatibilização entre o desenvolvimento socioeconômico caminhando junto com a preservação socioambiental. Todas essas obras estão em fase de estudo e fundamentação, com finalização prevista para 2012.
Turismo- Por fim, a Seplan aposta que esse conjunto de medidas contribuirá pra o impulsionamento do turismo náutico na Baía de Todos-os-Santos, explorando o potencial da náutica de lazer para a região. De acordo com a Secretaria de Turismo, os investimentos no setor serão realizados por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo – Prodetur Bahia. A expectativa é não só aumentar o fluxo na região como também a taxa de permanência média do turista, que hoje gira em torno de sete dias. Para o Prodetur, a vocação para a náutica da BTS a eleva à condição de polo de referência do Ministério do Turismo para o desenvolvimento do turismo náutico no país.
“Serão realizados investimentos em infraestrutura náutica, com a requalificação e construção de atracadouros; reforma e implantação de estruturas de apoio ao turista; recuperação do patrimônio histórico-cultural, como o Museu Wanderley de Pinho, em Candeias; e criação de novos atrativos, como o Centro de Documentação e Memória da Cultura Negra do Recôncavo, em Cachoeira; além de investimentos em urbanização de orlas marítimas”. Paralelamente, a Setur está fazendo um levantamento de áreas públicas e dos incentivos fiscais municipais, com vistas a formar um portfólio para a captação de empreendimentos privados em hotéis, bases de charter, marinas e estações náuticas.
Segundo o superintendente Paulo Cesar Almeida, a ilha tem a renda média inferior no Estado, equivalendo a municípios do semiárido, porém, extremamente próxima à capital e a outros municípios de arrecadação e maior geração de riquezas. “Florianópolis e Vitória do Espírito Santo viveram uma situação semelhante e têm uma ponte equivalente e são cidades desenvolvidas e com qualidade de vida. Não devemos confundir preservação da cultura local com preservação da miséria local”, conclui.
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No primeiro semestre deste ano, a movimentação das exportações e importações através dos portos somou US$ 7,2 bilhões. A corrente do comércio na Bahia, de janeiro a junho, alcançou US$ 8,3 bilhões, correspondendo a 56% do todo o Nordeste que totalizou US$ 14,7 bilhões. Os demais estados nordestinos somaram US$ 6,4 bilhões.
“As ações de investimentos da Secretaria de Portos da Presidência da República, da Codeba e das empresas privadas nos portos baianos, envolvendo mais de 1 bilhão de reais, poderão incentivar empresas com tradição nas cadeias de logísticas e operacional portuário a investir no estado, e com isso, aumentar a arrecadação, gerar empregos, transferir novas tecnologias e promover desenvolvimento sustentável e social”, enfatizou Rebouças.
O cenário nacional mudou nos últimos anos, com os investimentos em infratestuturas marítimas e terrestre. Um dos principais gargalos dos portos brasileiros, o canal de acesso marítimo, já está sendo resolvido pelo Governo Federal com o programa nacional de dragagem, que permitirá a atracação de navios cada vez maiores, tornando os portos mais eficientes e competitivos, informou José Rebouças, lembrando que os portos de Salvador e Aratu já foram dragados, o ano passado, para profundidade de 15 metros.
Para Rebouças, outro grande passo para resolver os problemas do sistema portuário brasileiro é a elaboração do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) que irá traçar um panorama real de toda situação portuária nacional, apontar os principais produtos movimentados, fazer o planejamento a curto, médio e longo prazos, além de avaliar a necessidade de construção de novos portos e terminais.
Há no complexo portuário da Baía de Todos os Santos os portos públicos de Salvador e Aratu e mais cinco terminais de uso privativos, além do Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia, que em 2010 movimentaram mais de 33 milhões de toneladas. “Os investimentos públicos e privados já começaram e vão aprimorar ainda mais os serviços disponibilizados nos portos e atrair novos armadores e clientes potenciais”, disse José Muniz Rebouças.
O Porto de Salvador, a partir de 2010, recebeu investimentos na sua acessibilidade marítima (dragagem de aprofundamento para 15 metros), terrestre (início da construção da Via Expressa BTS), e na infraestrutura com a ampliação do seu terminal de contêineres. Novos equipamentos com tecnologia de ponta também foram adquiridos, permitindo que embarcações maiores possam atracar, reduzindo com isso, o custo do frete.
Todo este investimento traz como benefício, a criação de 5 rotas semanais em direção ao norte europeu, e outras 3 rotas com destino aos Estados Unidos, principais destinos das exportações de frutas. Além dessas rotas, foi incluída uma rota direta de Salvador até Port Klang, na Malásia, além de outras paradas em mais seis portos asiáticos, reduzindo praticamente pela metade o tempo de viagem (transit-time), de 69 para 32 dias, e de valores de fretes marítimos, tornando mais competitivos.
Outra novidade é a safra de algodão que começará a ser exportada pelo Porto de Salvador, que desenvolveu uma grande estrutura de atendimento aos produtores, trazendo maior conveniência para quem opta por escoar o algodão pela capital baiana. Esta estrutura inclui a melhoria das condições das agências de carga, transportadoras, empresas de despacho aduaneiro e armazéns com capacidade de estufagem. Além disso, as operações em Salvador estão em conformidade com padrões de qualidade e segurança internacionais que garantem tranquilidade aos importadores e exportadores. O diretor presidente da Codeba, José Rebouças, informou que estão previstos mais ações de investimentos na implantação de um terminal especializado em cereais, especialmente trigo e malte; nova estação marítima de passageiro, com licitação prevista para o próximo mês.
Obras que vão assegurar melhorias na atracação e permitir o recebimento de navios de maior porte estão inclusos nos investimentos previstos para o Porto de Aratu. Em 2010, foram realizadas a dragagem de aprofundamento para 15 metros e a recuperação do sistema de movimentação do Terminal de Granéis Sólidos (TGS-I). Nos planos da Codeba estão previstas a ampliação do píer do Terminal de Granéis Líquidos com a criação de dois novos berços de atracação; ampliação da tancagem de líquidos; a melhoria da acessibilidade terrestre com duplicação dos acessos rodoviários; e a construção de pátio de triagem/estacionamento de veículos de carga em área anexa ao porto. Empresas de porte já manifestaram o interesse em construir e explorar no Porto de Aratu o terminal para armazenagem e distribuição de produtos líquidos a graneis, tipo PKO, óleos-químico, derivados de petróleo (CPP’S), químicos, etanol combustível e industrial e biocombustíveis.
De imediato, para o Porto de Ilhéus, a Codeba realizará dragagem de manutenção, com o objetivo de restabelecer a profundidade, considerando o elevado grau de assoreamento pelas correntes marítimas e garantir assim à acessibilidade dos navios. A Companhia também tem planos de investir na dragagem de aprofundamento para 14 metros, na ampliação da retroárea primária e na implementação de um canal de tráfego direto e livre, de modo a garantir a atração de novos volumes de cargas. o Porto de Ilhéus nos últimos anos passou por mudança no seu perfil, com a movimentação de novas cargas, como por exemplo, minério de níquel, recebimento de trilhos para a ferrovia oeste-leste, e de turbinas geradoras inteligentes vindas da Europa e Estados Unidos, além das pás eólicas produzidas no Brasil que virão do Porto de Santos através de navegação de cabotagem.
Porto de Salvador inicia operação dos primeiros guindastes elétricos da AL
Sexta-feira , 02/12/2011
O Terminal de Contêineres do Porto de Salvador iniciou nesta sexta-feira (02/12/2011) a operação de novos equipamentos que permitem a atracação dos maiores e mais modernos navios cargueiros do mundo.
Fabricados na China, os portêineres (guindastes), como são chamados, fazem o transporte dos contêineres do cais para o navio, e são os maiores do Brasil e os primeiros da América Latina movidos apenas a eletricidade, o que evita a emissão de CO2 na atmosfera.
O governador Jaques Wagner, que participou da inauguração, disse que o Porto de Salvador passa agora a ser referência nacional. “Estamos modernizando e ampliando muito a nossa capacidade. Isso atende as exigências do mercado e coloca a Bahia na frente, quando se fala em transporte marítimo”. Wagner ainda ressaltou o aspecto ambiental do investimento. “Essas máquinas que usam apenas eletricidade economizam cerca de 26 mil árvores por ano, que é outro diferencial muito bom”.
Benefícios
O investimento teve apoio do Governo Federal, via Reporto (programa que garante a isenção de impostos para aquisição de equipamentos portuários), e do Governo da Bahia, via isenção de ICMS. Com os novos equipamentos, a utilização do espaço do terminal será otimizada com ganho de 30%, possibilitando, ainda, o aumento da produtividade de carga e descarga, além da redução do custo do frete.
Com os novos equipamentos, a capacidade de movimentação sai dos atuais 37 para 55 movimentos por hora. Isso representa estadias mais curtas dos navios, com redução de custos para o armador, aumentando a competitividade e atratividade do Porto de Salvador.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) destaca que a ampliação e modernização dos portos baianos contribuem para o desenvolvimento do estado, para a atração de novos empreendimentos e crescimento da economia. De acordo com o parlamentar, outros portos da Bahia também serão contemplados com investimentos, a exemplo do Porto de Aratú, que vai receber recursos de emenda da bancada baiana para ampliação do terminal de granéis líquidos.
http://www.bahiaeconomica.com.br/artigo/287,portos-da-bahia-uma-visao-conjuntural.html
http://www.ouvidoriageral.ba.gov.br/2011/09/30/governo-da-bahia-anuncia-projeto-da-ponte-que-liga-salvador-a-ilha-de-itaparica/
http://baiadetodosossantos.atarde.com.br/?doing_wp_cron
http://www.codesa.gov.br/site/Principal/tabid/65/ctl/Details/mid/765/itemid/715/language/pt-BR/Default.aspx
http://www.walterpinheiro.com.br/noticias/porto-de-salvador-inicia-operacao-dos-primeiros-guindastes-eletricos-da-al.html



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